O crescimento das mulheres no
mercado de trabalho e no meio empreendedor é um fato já observado há anos. A
transformação que merece destaque é que a busca pela inclusão profissional não
se restringe às classes mais favorecidas. O movimento de mulheres nas classes
C, D e E que almejam uma emancipação profissional e ampliam a sua participação
no orçamento familiar aumentou nos últimos anos. O instituto de pesquisa Data
Popular aponta que as mulheres hoje circulam R$741 bilhões por ano na economia
brasileira. Elas são referência da movimentação econômica e, acima de tudo, a
base do desenvolvimento de nossa sociedade.
Mulheres conquistam a cada dia, mais espaço nas empresas |
Cada vez mais as atividades do
lar são acrescidas de novos afazeres, sejam como auxiliares domésticas,
atendentes de telemarketing e mesmo em funções antes reservadas aos homens,
como técnicos de informática.
A procura por cursos de
capacitação gratuitos oferecidos pela ONG Ame (Associação de Mulheres
Empreendedoras) atesta isso. Mais de três mil mulheres já foram atendidas e um
número bem maior busca, diariamente, essa oportunidade. Fica claro, portanto,
que a barreira cultural está ruindo. Mas ainda existe outra que precisa ser
superada: a da capacitação. Não se trata da formação de grandes executivas ou
donas de grandes negócios, mas do apoio às mulheres para transformar uma
situação que muitas vezes é vista como imutável e precária. Afinal, o
empreendedorismo está no conceito da transformação de uma condição de vida e
não apenas no advento monetário. Esse é o primeiro passo para as futuras
empreendedoras, que, muitas vezes, se unem para montar cooperativas e passam a
oferecer serviços, produtos e mão de obra especializada. Elas acreditam que o
investimento numa aprendizagem profissional é vantajoso para suas vidas e para
quem vive com elas.
A sociedade depende de uma
transformação contínua e o enriquecimento cultural, de apoio. Essa
transformação só ocorre para quem tem coragem de buscar isso. As mulheres de
famílias menos favorecidas ensinam como a união do esforço com a oportunidade
de aprender é o caminho mais eficiente para o ingresso na estatística positiva
de nossa economia.
Fonte: Folha, por Cristina Boner
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